Aos 17 anos, o estudante Guilherme Gullo trocou, por alguns dias, a rotina da cidade de San Diego, na Califórnia, pela realidade de quem luta diariamente contra a fome em Porto Alegre. Nascido no Rio Grande do Sul e morando nos Estados Unidos há seis anos com a família, Guilherme decidiu voltar à sua terra natal para viver uma experiência que, segundo ele, foi transformadora: o voluntariado no Banco de Alimentos de Porto Alegre.
Durante uma semana, o jovem participou do trabalho desenvolvido pela instituição, que diariamente articula doações e distribuições de alimentos para organizações sociais que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade.
“Queria entender melhor como posso ajudar e o que eu tenho para oferecer”, conta Guilherme. A resposta veio com força ao longo dos dias em que esteve mergulhado na rotina de quem combate a insegurança alimentar. Ele relata ter se surpreendido com a dimensão do problema. “Há muitos grupos precisando de apoio. Lá na Califórnia também há pessoas em situação vulnerável, mas aqui é diferente, a necessidade é muito mais visível e urgente. É preciso que a sociedade ajude mais.”
Mais do que conhecer a realidade de quem depende do apoio de instituições como o Banco de Alimentos, Guilherme também fez uma descoberta pessoal. A experiência permitiu que ele enxergasse com mais clareza suas próprias habilidades. “Percebi que sei trabalhar bem em equipe e que posso usar meu conhecimento em tecnologia para ajudar. Essa semana me mostrou também o que preciso melhorar para contribuir de forma ainda mais efetiva.”
Seguindo os passos do pai, o cirurgião Salvador Gullo Neto, Guilherme sonha em cursar Medicina. Ele acredita que a vivência no Banco de Alimentos terá um impacto direto na forma como pretende atuar no futuro. “Ser médico é meu objetivo. E agora tenho certeza de que quero exercer essa profissão sempre com um olhar social, com vontade de fazer diferença na vida das pessoas, assim como vi aqui.”
Antes de voltar aos Estados Unidos, Guilherme deixa uma promessa: a de que essa foi apenas a primeira de muitas contribuições. “Foi uma oportunidade incrível. Espero voltar outras vezes e ajudar ainda mais.”
A vivência em ações sociais reforça a importância da empatia e, acima de tudo, de agir para minimizar o sofrimento do outro. Uma lição que vai muito além da sala de aula e que pode transformar não só a vida de quem recebe a ajuda, mas também de quem se dispõe a ajudar.